Por Luis Marinho
“Não mande patos para uma escola de águias”.
Diz-me a experiência, e já agora a ciência, que esta frase escrita pelo norte-americano John C. Maxwell tende a ser um disparate.
Disparate, porque muitas vezes o que parece pato, é bravo. E não estou a falar de patos bravos. Estou a falar de pessoas que só não lideram melhor porque nunca ninguém as apoiou para uma melhor performance de liderança.
Tudo se treina. A liderança também. Desde que o próprio líder queira, claro. Se não quiser, não é pato. É parvo!
A formação de liderança é um investimento estratégico que gera benefícios significativos para as organizações, impactando diretamente o desempenho, a cultura empresarial e a retenção de talentos. Os dados científicos e estudos de mercado não enganam e corroboram a importância desse investimento.
Em 25 anos ao serviço da Excelformação, já treinei um infindável número de líderes. Líderes operacionais e de mão na massa, daqueles que na “Hora H” fazem a diferença e estão junto das suas equipas para as apoiar e motivar. Ao longo destes anos trabalhei pessoas incríveis, de qualidades muito evidentes, mas nunca trabalhei com líderes perfeitos. E porquê? Porque não existem!
A Harvard Business Review relata que organizações que investem em programas de desenvolvimento de liderança têm 2,3 vezes mais chances de superar as metas de faturação do que aquelas que não investem. Treinar líderes acrescenta valor, motiva e convida à superação.
Além da melhoria no desempenho organizacional, existem ainda dois aspetos que da minha experiência geram imenso retorno, o fortalecimento da cultura organizacional e a retenção de talentos e engagement.
Fortalecimento da Cultura Organizacional
A liderança eficaz influencia diretamente a cultura empresarial, promovendo um ambiente de trabalho positivo e colaborativo. As diversas investigações sobre esta matéria, mostram que 70% da cultura empresarial é determinada pelo comportamento dos líderes. Não por aquilo que eles são ou têm, mas por aquilo que eles fazem, a chamada liderança de ação.
Líderes que desafiam, dão o exemplo, demonstram empatia, comunicam de forma eficaz e praticam ações de geração de confiança, criam um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo, contribuindo para o bem-estar emocional dos colaboradores e para a redução de conflitos e stress no ambiente laboral.
Retenção de Talentos e Engagement
Investir no desenvolvimento de liderança também impacta positivamente a retenção de talentos e engagement das equipas. Organizações que investem em programas de desenvolvimento de liderança têm uma taxa de retenção de talentos mais alta. Segundo a pesquisa da consultora americana Brandon Hall Group, as empresas que oferecem oportunidades de desenvolvimento dos seus líderes têm uma taxa de retenção 25% maior do que aquelas que não proporcionam essas oportunidades de formação e treino.
Rita Nabeiro, CEO da Adega Mayor disse em entrevista ao Expresso, no podcast o CEO é o limite, que não gostava de reter ninguém, gostava sim que as pessoas gostassem de ficar. E é isso mesmo, a retenção que aqui menciono é a de quem fica porque se sente valorizado, enquanto pessoa, enquanto profissional e enquanto líder.
Conclusão
A formação de liderança, respaldada por dados científicos, é essencial para o sucesso organizacional. Ela melhora o desempenho, fortalece a cultura empresarial, aumenta o engagement e a retenção de talentos e ainda proporciona um retorno financeiro significativo.
Investir no desenvolvimento de líderes não é apenas uma escolha estratégica, mas uma necessidade em busca da sustentabilidade e da competitividade.
Treinar a liderar é por isso essencial.
Hoje melhor que ontem. Amanhã melhor que hoje.