Por Luis Marinho
O estudo já leva uns anos, mas a aprendizagem é bem actual.
O professor catedrático da London School of Economics, Ignacio Palacios-Huerta, juntamente com José Apesteguía, professor do Departamento de Economia da Universidade Pompeu Fabra (Barcelona) – analisou um total de 2820 grandes penalidades, no período temporal entre o ano de 1970 e o ano de 2008.
A principal conclusão do estudo prende-se com a vantagem que as equipas têm em marcar a primeira grande penalidade.
Quem marca primeiro tem 60,5% de probabilidades de ganhar o jogo, enquanto os rivais ganham apenas em 39,5% dos casos. Significa que a “moeda” ao ar, que é lançada para o desempate de grandes penalidades, não é um detalhe a desconsiderar.
A vantagem de marcar primeiro aplica-se em todos os casos: jogos fora, em casa ou campo neutro; partidas nacionais ou internacionais. Ou seja, “a marcação de penáltis é uma lotaria, mas não de 50-50, antes de 60-40″, como concluem os autores do estudo.
A razão deste fenómeno é fácil de perceber. Nenhuma variável muda entre a equipa que marca primeiro e a que vai de seguida. O tamanho da baliza é o mesmo, a bola é a mesma e o relvado é o mesmo. A única coisa que muda é a mentalidade dos jogadores.
Marcar um penalti é fácil (para quem sabe, claro). A baliza é gigante e um bom jogador gera uma velocidade tal ao esférico, que é praticamente impossível de travar.
Quem bate a bola a seguir, depois do adversário já ter metido golo, no seu pensamento já está a perder (e está mesmo, o placard assim o diz). Bater a penalidade a perder, condiciona a forma de pensar e isso leva à falha.
Moral da história, programar o nosso pensamento para o sucesso é fundamental. Se pensas que ganhas ou se pensas que perdes, seja o que penses, vais acabar por ter razão.