Não, não tem!

Este velho adágio parte de uma intenção compreensível: agradar ao cliente. Porém, levado à letra, é tóxico. Pressupõe que a razão está sempre do lado de quem compra, ignorando comportamentos abusivos, exigências irracionais, críticas infundadas ou que o cliente simplesmente está mal informado. Ao colocar o colaborador numa posição submissa, compromete-se a moral interna, pode-se até prejudicar a qualidade do serviço quando não quebrar linhas éticas.
O cliente tem o direito de ser ouvido, sem dúvida, mas não de estar sempre certo ou ter sempre razão.
É um mito absurdo só defendido por quem ache que não importa os meios para atingir um fim: vender a qualquer custo.

Este texto é da autoria de Paulo Finuras

Doutorado em Ciência Política (UL), EMBA em Gestão Global e Política Internacional (UI), sociólogo (ISCTE-IUL) e professor associado convidado no ISG – Business & Economics School de Lisboa onde é investigador no CIGEST. Especialista na evolução e comportamento humano, Sociobiologia e Psicologia Evolutiva. É autor dos livros: Primatas Culturais: Evolução e Natureza Humana (2015), Bioliderança: porque seguimos quem seguimos? (2024, 2ª ed.), Da Natureza das Causas – Psicologia Evolucionista e Biopolítica (2020), Human Affairs – Evolution & Behaviour (2021) e As Outras Razões – Como a Evolução Dá Sentido Àquilo Que Fazemos (2023), todos editados pela Sílabo.

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