Por Paulo Veloso, Training & Development Manager da Janssen-Cilag Farmacêutica
Treina como jogas e joga como treinas.
Este é provavelmente o princípio mais desafiante de quem treina equipas no mundo das organizações e, também, uma condição fundamental para que o treino seja um sucesso.
Existe um conjunto de fatores que aumentam em muito a probabilidade deste desafio ser superado:
- A Atitude do Treinador, a forma como se vê como treinador e acredita no trabalho que realiza, a preocupação genuína com a sua equipa, a forma como não substitui quem é treinado, nem permite que quem é treinado, assuma um papel inadequado de falta de empenho no treino.
- A Cultura de Coaching e Feedback em treino encarada como processo de melhoria contínua. Tal como “não é meu amigo quem não me critica “, em treino, o coaching e feedback construtivo assume um papel fundamental.
- Ser específico no feedback, oportuno, garantir que quem é treinado nas organizações percebe as implicações do seu comportamento nos clientes, na equipa e na organização. Garantir que constrói planos alternativos, incorporando o feedback ministrado, é uma condição de sucesso no treino.
- A preparação do Treino, a pertinência e a realidade dos papéis a interpretar, aproxima-o ou distância-o da realidade de todos aqueles que participam no processo de treino. Sendo assim, a Interpretação do Papel é outro fator decisivo no treino.
- A cadência e o ritmo que o treinador imprime ao treino traduz-se na Intensidade do mesmo. É a intensidade adequada de Treino que o torna real, que proporciona um nível de stress próximo da realidade, fundamental para o tornar pertinente e eficaz.
- Treinar do geral para o particular e do particular para o geral. Se pensarmos no treino desportivo, o jogo assume um papel fundamental no treino, porém ninguém treina só a jogar. Partir o jogo, treinar os seus diferentes momentos é um factor crítico de sucesso do mesmo. Este princípio deve ser também usado no treino de equipas nas organizações. Partir o processo de treino, treinar exaustivamente cada fase do processo e, depois, voltar a treinar globalmente, permite não só variar os processos de treino, mas também aferir e medir a sua evolução.
- A Repetição em treino é fundamental. Treinar terá que ser gratificante mas não implica necessariamente ausência de “dor”. Só a repetição em treino permite a quem é treinado, passar para um patamar de desenvolvimento “inconscientemente competente”, fator crítico de sucesso de qualquer processo de treino.
- Por fim, a variedade e a alternância em treino, factor essencial para garantir a mobilização de quem é treinado.
Estes são alguns factores que, se levados em consideração, permitirão implementar uma cultura de treino alicerçada neste princípio: “Treina como jogas e joga como treinas”.